quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Remorso

"E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me que primeiramente vá sepultar meu pai.
Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus mortos."
Mateus 8:21,22
A cultura ocidental é focada no sofrimento quando o assunto é a morte. Não costumamos nem falar essas palavra para não atrair infortúnio para próximo a nós. Ao mesmo tempo que adoramos a Jesus Cristo e desejamos a vida eterna, fujamos apavorados ao menor sinal da aproximação da dita cuja.
Na maioria dos países asiáticos orientais, não se encara a morte com este pesar característico do Ocidente. Lá festejasse para que a alma do falecido vá alegre para junto de seus deuses. Os familiares acreditam que quem cumpre todos os preceitos ou mandamentos de cada crença, já terá conquistado seu lugar em seu respectivo paraíso.
Os ocidentais espelham-se muito na morte dolorosa de Jesus Cristo, então a morte é vista como uma inimiga a ser vencida. A morte não é amiga e nem inimiga de ninguém, é o nome que damos à derradeira separação de alma e do corpo.
Mas talvez a questão não seja espiritual e sim psicológica. Os ocidentais sempre se viram como um povo civilizado e quem não era parte de algum grande reino era visto como povo bárbaro. Isso se consolidou nos em tempos do império romano em diante. Ou seja, demonstrar sentimentos não era bem visto se não fosse socialmente preestabelecido. Se alguém tivesse algo que não concordasse de seus pais teria que aceitar e pronto, sem questionar. Não que no Oriente dos diferente, mas os costumes e divindades eram diferentes e tinham outros conceitos diferentes do Ocidente.
Facilmente as pessoas confundem obediência com submissão. Um filho revoltado com seus pais tendem a transformar essa raiva guardada em rancor que os persegue pela vida inteira, gerando consequências em seus relacionamentos conjugais e familiares. Tantas raiva contida sem ser liberada gera desequilíbrios: Ao mesmo tempo em que aprendemos que os pais só quem o nosso bem, sentimo-nos culpados por lhes desejar mal devido a questões mal resolvidas no passado.
Então um desses pais morre e tudo aquilo que deveria ter sido dito não foi, e a chance de expressar o que guardou-ser durante muito tempo é enterrada junto com o corpo já inerte para sempre. O filho que não ajudou seus pais quando poderia fica com remorso por perceber que deixou de viver e perdoar por questões agora sem importância e a angústia vai persegui-lo como um fantasma pelo resto de sua vida.
Quem quiser que fique se debulhando em lágrimas por quem já faleceu, a dor da saudade fica, mas as lembranças dos bons momentos servem para consular e acalmar um coração aflito. Mas se o rancor impediu só vivente aproveitar os momentos em que o falecido ainda estava vivo, então este vivente terá muito o que lamentar e não há palavras que concorrem um coração arrependido que não aproveitou cada oportunidade de reconciliação que a vida lhe deu.
Não adianta chorar depois que alguém parte desta existência. A oportunidade é agora e o dia é hoje. Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje. Se alguma coisa te magoa, expresse na primeira oportunidade que tiver, ninguém sabe, além de Deus, ser haverá uma próxima oportunidade. Faça o bem em cada momento. Viva cada dia como se fosse o último. Não deixe nenhuma questão pendente e não adie nada que seja irreparável.
"Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.
Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil."
Mateus 5:25,26

Nenhum comentário: