sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Humildade x pobreza

Não gosto de pobreza. Mas amo a humildade. Gosto de pessoas humildes, mas não tenho paciência para pobres.
O humilde agradece pelo que tem. O pobre reclama do que não tem.
O humilde é paciente e agradecido. O pobre é ansioso e ingrato.
O humilde agradece quando lhes dão o que já é seu. O pobre se acha no direito de pegar o que não pertence a ele, justificando qualquer ato ilícito pela pobreza e pela fome.
O humilde pensa com o coração. O pobre pensa com o estômago.
Confio no humilde. Mas o pobre não me inspira confiança.
O humilde tem vontade de aprender. O pobre acredita já saber de tudo.
O humilde ama de verdade. O pobre por interesse mesquinho.
O humilde perdoa, mas quer justiça sempre. O pobre quer vingança.
O humilde divide alegrias. O pobre divide problemas.
A humildade e a sabedoria andam de mãos dadas. A pobreza e a violência também.
O humilde sente a presença de Deus. O pobre só vê obras do maligno em toda parte.
O humilde é uma fonte de inspiração, alguém que luto diariamente para ser. A pobreza é punição e da qual quero distância.
Nem todo pobre é humilde, assim como nem todo humilde é pobre de recursos materiais.
A felicidade num relacionamento está em ter como companheira uma mulher que seja também humilde. Mas envolver-se com uma mulher pobre é uma ruína.
Ser pobre é fácil: basta desperdiçar oportunidade e duvidar das próprias qualidades. Ser humilde é admitir que não sabe tudo e dobrar os joelhos para Deus.
Tem um trecho de um poema de Guilherme de Almeida que exemplifica bem o espírito revoltado de um pobre:
“... Um pobre me dizia: ‘Para o pobre,
a vida é o pão e o andrajo vil quer o cobre.
Deus? ... Eu não creio nesta fantasia!
Deus me dá a fome e sede cada dia,
mas nunca me deu pão nem água...
Nunca! Deu-me a vergonha a nódoa, a mágoa
de andar, de porta em porta, esfarrapado...
Deu-me esta vida: um pão envenenado!’...”

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