domingo, 2 de abril de 2017

O ser humano

O texto a seguir é resultado de reflexões de, aproximadamente, trinta anos. Só para entender este livro de filosofia levei cerca de cinco anos. Emprestei o livro e deram fim, só vim achar outro exemplar duas décadas depois. Fiz um resumo do que achei interessante e acrescentei comentários baseados em minha experiência de vida nestes trinta anos.

O SER HUMANO
O ser humano é um ser complexo. Para alguns, o humano é um animal evoluído, mas para outros é a imagem e semelhança de Deus e não pode ser comparado a um animal. Mas o que nos distingui dos animais?
O ser humano tem necessidades básicas como alimentação, abrigo e reprodução. Comparado com um animal, somos inferiores em vários aspectos, nossos sentidos sensoriais são mais deficientes que de muitos animais, assim como nosso organismo é mais fraco se for comparado aos deles. E mesmo assim o ser humano dominou o ser habitat e os outros animais, transformou seu ambiente e reproduziu-se de tal forma a se tornar um problema para si mesmo. Mas o que nos distinguiu dos animais? A racionalidade! Todas as fraquezas em relação aos animais foram superadas graças a ela.
A racionalidade se manifesta na técnica ou capacidade de fabricar algo; tradição que é repassar seus conhecimentos às gerações futuras;  progresso que é a técnica somada a tradição; com o pensamento o ser humano supera a si mesmo; a reflexão que é a consciência de si mesmo;  e a liberdade que o das agir além de instintos predeterminados.
E de onde vem a racionalidade do ser humano? Além de ter um cérebro privilegiado em relação aos animais, tem a questão da alma. Então ao as pessoas têm alma e os animais não? Todo de vivo tem alma, mas cada alma tem a natureza de cada ser vivo. Na o que é essa alma e como provar sua existência? A alma é a essência de cada ser vivente, mas não pode ser provada pela técnicas existentes. E não considerar a existência da alma, nada impede do ser humano agir de forma irresponsável, já que tudo acabará com sua morte e não haveria sentido dele em deixar um legado para a gerações futuras.
Mas o ser humano é um ser no mundo, inserido no espaço e no tempo. O tempo humano comporta um passado repleto de possibilidades que não mais retornam, um presente em que se toma decisões que afetam o seu futuro. O ser humano esta no mundo mas não deve se confundir com o mundo, ele transcende o mundo e suas limitações. Mas ao encontra-se com outro "alguém" descobre sua natureza comunitária e inicia-se o processo de sua personalização, descobrindo sua singularidade e pluralidade.
Na singularidade ele descobre que está só, não isolado, mas completo em si mesmo.
E na pluralidade sua vida passa a fazer sentido, pois o ser humano só conhece a só mesmo à medida em que convive com outras pessoas. Só se atinge a plenitude pessoal no ato da convivência.
Enquanto o de humano relaciona-se com seu ambiente irracional nada demais acontece, mas quando ele depara-se com outro ser humano é que ocorre uma explosão do seu verdadeiro EU. Nessa relação de descoberta mútua ocorre a noção dos próprios limites e dos limites do outro, mas este encontro com outra pessoa não está isento de conflitos que podem ameaçar a liberdade de cada um deles. Pode-se dizer que o ser humano é uma ilha, mas que somente aparece enquanto com outras ilhas formam um arquipélago.
Essa interação entre as pessoas se dá através da comunicação, que não se resume apenas a linguagem falada ou escrita, mas também a linguagem corporal.
Diante disso tudo que foi exposto, qual o sentido da vida? Por que o ser humano vive e tem consciência de si mesmo até de sua morte num momento futuro? Será que um animal saudável sem ameaças a sua vida e a de sua descendentes tem consciência de que um dia terá seu fim? Qual a razão do ser humano ser atormentado por este pensamento?
Talvez seja uma maneira que foi codificado em seu ser a necessidade de pensar além do momento presente e preparar-se para o que ocorrerá após o fim dos seus dias nesta dimensão.
Para algumas pessoas a alma simplesmente não existe, então vivem todos os prazeres que estão ao seu alcance, porque com a morte tudo acaba, seja ele uma pessoa boa ou má. Quem nasceu em um ambiente violento ou não conheceu a liberdade, provavelmente não compreende porque sofre tanto desde o dia em que nasceu e que pecado cometeu para ter uma vida assim, cheia de sofrimentos. Quem só convive com a dor e incompreensão, terá dificuldades em compreender o sentido da vida e na benevolência de um Deus que o castiga desde o dia em que ele nasceu. Esse tipo de ser humano poderá não pensar no futuro e nem em respeitar seu semelhante, já que ele mesmo não teve conhecimento do que significa respeito.
Mesmo em um mundo tão dividido e para alguns, com tantos sofrimentos, como perceber a presença de um Deus que rege todas a coisas e a vida de cada um? Será que é somente um ato de desespero diante do inevitável fim desta vida?
Uma coisa é certa, a existência de um Deus Criador faz parte da história da humanidade desde o início dos tempos. Em todas as culturas, em todos os continentes e em todas as épocas, há registros e referências na existência e alguma divindade e na vida após a morte. Por mais primitivo que fosse o ser humano, de algumas forma ele distinguiu o corpo físico e sua essência, que também podemos chamar de alma. E desagradar esse Deus era assustador para este ser humano. Mas se existe um Deus ou deuses, por que Ele ou ela não se manifestam abertamente?
Talvez porque a intenção seja que o ser humano seja merecedor de uma vida eterna confortável e plena em felicidade através do amor ao seu Deus, e consiga perceber por conta própria a existência dessa outra dimensão espiritual. Um Deus é soberano e não tem que provar nada às suas criaturas, elas é que tem que provar que são merecedoras em conhecê-lo. Desde os primórdios da humanidade, sempre foi uma honra para um simples membro da sociedade conhecer uma autoridade, seja essa autoridade um imperador ou presidente de uma organização. Não se é apresentado a alguém de destaque na sociedade se não houver merecimento.  Por que que com Deus seria menor a honra?
Havendo um Deus, Ele quer se revela na a dureza do coração das pessoas s impedem de ver além de seus próprios interesses. É incompreensível e impossível perceber uma dimensão elevada olhando para o chão, estando preocupado em satisfazer a necessidades básicas. Deus não tem que se rebaixar até nós, nós é que temos que nos elevar até Ele. Acreditando ou não em um Deus, o de humano sempre sente falta de algo, e nem todos os prazeres são capazes de preencher este vazio existencial que cada pessoa sente. Deus não está na religião nem é uma rota de fuga para momentos de desespero. Não é se alienando da realidade que vai se viver uma experiência espiritual com seu Eu divino. Deus esta no dia-a-dia de casa ser humano, Ele esta sempre presente em cada momento da vida de cada um que seja capaz de elevar-se nem que seja por um momento. Só se vive a experiência com este Ser Absoluto na dimensão do amor, não se pode encontrar esse Ser Onipotente fora do amor.
 Mesmo com o que foi exposto, o que leva o ser humano ao nível do ateísmo atual? Podemos dizer que existe aquele grupo de pessoas que estão tão convencidas do poder de suas técnicas e ciências que acreditam que a existência de um Deus é inconcebível para o ser humano moderno. Acreditar em um Deus Criador de todas as coisas e que pune quem não se comportar bem é pensamento de pessoas ignorantes e com poucos estudos. As religiões, ao longo da história, sempre entraram em conflito quando a ciência questionava ou mesmo afirmava algo que estivesse contrário às escrituras. E quando as religiões dominaram o poder político, castigavam qualquer um que ousasse contestar os dogmas religiosos. Então criou-se uma polaridade entre ciência e religião e que dura até os dias de hoje.
Como a ciência já conseguiu desfazer de vários dogmas religiosos, a sociedade também se polarizou, e não consegue fazer uma ligação entre crença numa vida futura não comprovada pela ciência e avanços tecnológicos. Dizem que o homem esta querendo fazer o papel de Deus ao fazer experiências com células-tronco ou trazer a vida animais já extintos. Medo que uso seja possível, o ser humano estará apenas rangendo aquilo já criado anteriormente, copiando suas fórmulas e códigos genéticos.
A ignorância religiosa, a luta pelo poder e resistência dos cientistas às evidências espirituais é que criaram este conflito. Ainda hoje, com tantas evolução tecnológica, a ciência não consegue explicar várias fenômenos até simples que ocorrem no dia-a-dia. Não consegue devido a inflexibilidade de seus doutores em ciência moderna.

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